sábado, 26 de junho de 2010

voltando às raízes - parte V

enfim, o negrume.
ele mesmo:

O Poeta do Hediondo

sofro aceleradíssimas pancadas
no coração. ataca-me a existência
a mortificadora coalescência
das desgraças humanas congregadas!

em alucinatórias cavalgadas,
eu sinto, então, sondando-me a consciência
a ultra-inquisitorial clarividência
de todas as neuronas acordadas!

quanto me dói no cérebro esta sonda!
ah! certamente eu sou a mais hedionda
generalização do desconforto...

eu sou aquele que ficou sozinho
cantando sobre os ossos do caminho
a poesia de tudo quanto é morto!

Augusto

quinta-feira, 17 de junho de 2010

domingo, 13 de junho de 2010

voltando às raízes - parte III

e o amor à dor se transforma em tristeza...



"melancolia! estenda-me a tua asa!
és a árvore em que devo reclinar-me...
se algum dia o prazer vier procurar-me
dize a este monstro que eu fugi de casa!"

quinta-feira, 10 de junho de 2010

voltando às raízes - parte II

... quando a dor vira o amor ....

Hino à Dor

dor, saúde dos seres que se fanam,
riqueza da alma, psíquico tesouro,
alegria das glândulas do choro
de onde todas as lágrimas emanam...

és suprema! os meus átomos se ufanam
de pertencer-te, oh! dor, ancoradouro
dos desgraçados, sol do cérebro, ouro
de que as próprias desgraças se engalanam!

sou tua amante! ardo em teu corpo abstrato.
com os corpúsculos mágicos do tato
prendo a orquestra de chamas que executas...

e, assim, sem convulsão que me alvorece,
minha maior ventura é estar de posse
de tuas claridades absolutas!

Augusto Rodrigues dos Anjos

domingo, 6 de junho de 2010

voltando às raízes - parte I

expurgando a dor...


"quem foi que viu a minha dor chorando?
saio. minh'alma sai agoniada.
andam monstros sombrios pela estrada
e pela estrada, entre esses monstros, ando..."