sábado, 29 de dezembro de 2007

domingo, 23 de dezembro de 2007

espírito natalino

um feliz natal para todos

a gota d'água

eu não me suporto mais.


quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

ladies and gentlemen

i present you
my fresh new love,
Amy Winehouse



clap! clap! clap! clap! clap! clap! clap! clap! clap! clap!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

fá-lo porque calo

aquilo que mede é aquilo que medeia?

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

contabilidade misantrópica

é simples assim:
um é ótimo
dois é bom
e três é insuportável

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

tudo azul, in american way..

Estou procurando um trevo de quatro folhas
Pra ver se assim chega mais a sorte
(“vivo esperando e procurando um trevo no meu jardim”)
e se deixo para trás os infortúnios cantados pelas aves negras
(“ah um urubu pousou na minha sorte”)
chispa daqui desgraça!

Mas será má sorte ou o risco do meu destino que me leva assim?

(“some folks were meant to live in clover,
But they are such a chosen few.
And clover being green is something I've never seen
Cause I was born to be blue….”)

Eu nasci pra ser azul….

Chet Baker-Born to Be Blue by allmusiclovers

terça-feira, 13 de novembro de 2007

lovely monday

só chuvinha
cobertor
musiquinha
e meu amor

domingo, 11 de novembro de 2007

agouro

a cigarra canta o meu pesar:
vem chegando o verão
o calor, o fedor e a irritação.

na praia eu pergunto, qual é a graça?
veja o conjunto horripilante:
água salgada, areia e sol bem quente.
lá tudo muda.
não sinto gosto,
não sinto cheiro
e não escuto nada direito.
só o barulho da onda,
que eu acho monótono e melancólico
e me lembro das falas de augusto dos anjos
“o mar é triste como um cemitério,
cada rocha é uma eterna sepultura
banhada pela imácula brancura
de ondas chorando num albor etéreo”.
(O Mar - Augusto dos Anjos)

sábado, 20 de outubro de 2007

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

blue jazz

eu não sou feliz.
não amo muito tudo isso.
e não vejo a menor graça num céu azul de verão.



você pode responder dizendo:
a) foda-se
b) coitada!
c) HAhaHAHahhah
d) Eu também não

se você foi um dos que optou pela letra a, muito bem, eu também acho um saco ouvir lamúrias ou interjeições alegres de meus semelhante. se optou pela letra b.. mãe? é você? já se ficou com a letra c, você provavelmente é alguém que gosta de mim, e se escolheu a letra d, bem, você me entendeu...

terça-feira, 2 de outubro de 2007

por um triz

as coisas podem sempre ficar pior.
e o cotidiano às vezes insuportável pode se tornar
aquilo mais desejado.
“sai um sujeito de casa com a roupa de brim branco
muito bem engomada, e na primeira esquina passa
um caminhão, salpica-lhe o paletó ou a calça de uma
nódoa de lama: é a vida”
por pouco, por um fio, por um passo
está a morte.



*a passagem é de Manuel Bandeira, em Nova Poética.

domingo, 23 de setembro de 2007

o som

catita, escuta. escuta!
o quê, pai?



o silêncio...

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

coração

o conrado
corado
cora
a cara
da clara

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

vídeo clip

às vezes sonho em pegar um carro daqueles enormes
antigos, americanos e conversíveis
e, sozinha, encarar uma highway
no meio do deserto
em alta, altíssima, velocidade
repetindo várias, várias cenas de filmes holywoodianos,
só para experimentar o protótipo da liberdade.
seria bom.

seria?


sentir o vento de areia furar minha pele..
ressecar o meu cabelo...
sujar a minha roupa...
cegar meus olhos com uma chuva de ciscos...
e secar minha garganta...
porque eu seria capaz de gritar
de gritar muito
pedindo pelo amor de deus
párem com essa merda!
porque eu quero voltar pra casa.


domingo, 2 de setembro de 2007

tempos modernos

antigamente havia pouca mídia
e muita informação.
tudo era novidade.
hoje existe muita mídia

e informação nenhuma.
nada surpreende mais.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

o erudito e o popular - adendo

eu poderia ter parado por ali, mas...
sendo pink floyd, joão gilberto; lupicínio rodrigues, black sabbath. james dio não seria uma perfeita maria bethânia? eu explico. dio tem voz ímpar, grossa, encorpada, indefectível e imediatamente identificável, assim como bethânia. não importa o que ele canta, quando canta torna-se seu, de fabricação própria - bethânia faz isso como ninguém. e ambos parecem passar ilesos pelas ondas e gêneros musicais, seguem em linha reta, fazendo sempre a mesma coisa.

sábado, 25 de agosto de 2007

sonho de sábado à tarde

não fazer nada
nadinha

absolutamente.
deitar, olhar para o teto e estender as pernas na parede

e ficar....
sem nem sequer pensar




quando foi a última vez que você fez isso?

terça-feira, 21 de agosto de 2007

F.O.A.D

acabei de saber que o Darkthrone vai lançar um disco novo em setembro.
f.o.d.a!

domingo, 19 de agosto de 2007

piada de português

seu pai foi aos lobos?
caçou-lhes todos?
deu-lhes uma caipinha?
pela malga ou pela pucheirinha?
então vamos ver quem sopra mais,
se és tu o galo ou eu a galinha..
fuuuuuuu
fuuuuuuuu

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

enterro dos ossos

o que fazer com as sobras de uma vida anterior?

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

um suspiro

porque a vida é assim mesmo.
às vezes tão cheia, às vezes tão vazia...

terça-feira, 7 de agosto de 2007

estorvo

tem uma pedra no sapato
um vírus no computador
um cabelo no prato
e um caroço no angu.


que cu!

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

a má educação

...alguns códigos sociais poderiam ser mudados...
os códigos sociais servem apenas como o nome já diz, uma espécie de senha que garante a sua sanidade e sobrevivência social. Olá, como vai? te diz um quase desconhecido na portaria do seu prédio. Oi, tudo bem. você responde com um sorriso simpático, mesmo estando estupidamente atrasada, com sono e mau-humor e com vontade de dizer umas boas verdades para o insuportável vizinho que insiste em ouvir ana carolina ( é isso aí...) às 9 horas da manhã de todos os domingos. eu poderia simplesmente responder ‘eu odeio você’ e nunca mais sequer receber levantadas de sobrancelhas de boa parte dos quase desconhecidos que eu cruzo todos os dias pela rua. e assim eu seria a estranha moradora do 202 que quando a casa cheirasse a queimado os vizinhos sorririam pensando “morra desgraçada, morra” e bye bye ferramentas emprestadas e correspondência organizada....
enfim, no fim das contas vale a pena o sorrisinho forçado.
mas tem alguns códigos sociais que eu faço questão de não cumprir.
por que oferecer comida, por educação, sabendo que a pessoa vai recusar, por educação? por educação criamos diálogos totalmente desnecessários. não seria melhor ficar calado?
quantas vezes tive o desprazer de dizer 'não, obrigada' quando alguém, almoçando, me oferece a comida de seu prato?! que nojeira! o que há de educado nisso? quantas vezes tive que dizer 'não, obrigada' quando alguém que acabou de morder um joelho esbarra comigo e me oferece um pedaço ainda com a boca mal fechada da mordida acompanhada por uma fina linha de baba? Aff!

façam-me o favor de serem mal educados comigo.


terça-feira, 31 de julho de 2007

clímax

agora tudo vem com a força extrema. o máximo, o auge. um espirro grotesco de felicidade.
a vida poderia ser um filme, às vezes. com trilha sonora e tudo - hoje madeleine peyroux. jazz jazz jazz jazzy baby...
experimente andar no centro da cidade olhando no rosto das pessoas que vêm em sua direção. cantarole mentalmente uma canção. é uma sensação.
eu posso voar!!

domingo, 29 de julho de 2007

o erudito e o popular

apresentei lupicínio rodrigues a conrado gonçalves.
- conrado, lupicínio. músico popular brasileiro que canta como ninguém as mais geniais canções de amor, ódio e traição, as músicas dor-de-cotovelo...
aliás, foi lupicínio quem inventou o termo. refere-se ao gesto de sentar num bar, cravar os cotovelos no balcão para apoiar a cabeça e passar lá horas bebendo e chorando o amor que se perdeu. interessante, não?
conrado ouvia, eu falava. lupicínio era da época em que se cantava sambas com muito ar nos pulmões. com letras e vocais dramáticos, operísticos. e assim íamos acompanhando algumas músicas na voz de linda batista...
eu poderia ficar por aí, mas toda vez que eu falo de música popular brasileira ou falo de caetano veloso ou falo de joão gilberto. falei de joão e da diferença que trouxe a bossa nova para a mpb com suas melodias e vozes suavezinhas. e, cantarolando ‘bim bom’ e ‘oba-la-lá’, conrado imediatamente me diz que é mais lupicínio.
eu sou mais joão.
e poderíamos ficar por aí, mas toda vez que eu falo de música eu falo de rock n roll. e de lupicínio e joão fomos para black sabbath e pink floyd na mesma comparação. joão está para lupicínio assim como... deixa-me ver.... pink floyd está para black sabbath, entende?
black sabbath é mais dramático, mais satânico e mais popular – como lupicínio.
pink floyd é mais suave, mais sublime e mais erudito – como joão.
e um também veio meio que depois do outro.
conrado então me diz que no rock n roll ele continua lupicínio.
e eu, como não sigo mais em linha reta, se sou pink floyd na mpb, também fico com lupicínio no rock n roll.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

silêncio

assim vou seguindo. o ônibus, as placas, as dicas, a intuição. adiante, num rumo frágil, de sustentação movediça. às vezes me pergunto o que estou fazendo da minha vida. onde a casa, o trabalho, os planos, tudo adiante parece longe, muito longe de mim e, pior, morno e desbotado. nesta hora a boca costura um silêncio de morte. mas a morte não vem tão fácil assim e resta um resto, uma sobra opaca e sem gosto, tipo comida requentada no terceiro dia. e assim mesmo vou seguindo, sem sorriso, sem pranto e sem apetite, e tudo estaria muito sem graça não fosse o dia seguinte. o dia seguinte tem a mágica de me fazer levantar da cama e olhar o céu. e ainda que eu saiba que tudo não vai ser diferente, o dia seguinte diz que sim, diz que eu vou ganhar na loteria e ter muito dinheiro para fazer um monte de coisas legais demais na vida. e eu posso ficar horas pensando no que eu vou fazer com tanto dinheiro, contabilizando gastos e prazeres felizes para sempre. mas aí eu me surpreendo pensando que eu gostaria que a vida fosse exatamente o que ela já é, só que um pouquinho mais luxuosa, e eu penso que eu nem preciso de tanto dinheiro assim, que eu preciso de pouco, de poucas coisas, que eu preciso na verdade daquilo que de certa forma eu já tenho. e então a casa, o trabalho, os planos e tudo adiante parece perto, muito perto de mim. e assim a boca se fecha num silêncio que parece eterno.
......

segunda-feira, 23 de julho de 2007

ui!

você inventa o amor
eu invento a solidão



Tom Zé
Tom Zé - Ui by Leonardo Holanda

sexta-feira, 20 de julho de 2007

a invasão do espírito balzac

no palco um rapaz magro de camiseta, calça jeans e tênis all star balança o corpo e a cabeça tipo o kurt cobain - o som também é muito parecido. me olho de cima a baixo e vejo uma camiseta, uma calça jeans e um tênis all star, mas o espelho da frente não engana: eu não tenho mais 18 anos.
no salão os jovenzinhos se divertem tanto! eles contam histórias, falam sem parar e riem muito. fumam muito e bebem muito também. falam de qualquer assunto com propriedade, seguros de que suas idéias são libertadoras e revolucionárias. e penso que eles têm razão. o mundo mudou com as idéias de certos jovenzinhos.
eles tem idéias incríveis porque eles pensam muito. e pensam com a mente livre porque não precisam pensar no que vão comer a semana inteira para saber o que vão comprar no supermercado. eles não precisam pensar em como vão fazer para ganhar mais dinheiro ou como vão administrar o dinheiro que tem. eles não precisam pensar em como vão consertar o vazamento da cozinha tampouco em resolver o problema da umidade do guarda roupa. eles não precisam pensar em ir ao médico, em fazer exercícios físicos e muito menos em parar de fumar. o futuro é muito, muito longe.
eu olho os jovenzinhos e acho eles bonitinhos como quem olha para filhotinhos de animais. eles são tão bonitinhos e inocentes...
dez anos depois os assuntos são escassos, as idéias vis, a lista de compras enorme e a felicidade se reduz a ter uma máquina de lavar. na pauta, carreira, casa, casamento e a possibilidade de filhos. agora se sabe muito bem da importância que tem ter um plano de saúde. e sabe-se como eles custam caro também. e aos 28 anos não tem essa de futuro, tem plano de aposentadoria.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

saudade

trevas tenebrosa tristeza cadê você? onde andas a enfiar sua cara encaracolada de rugas e sarnas a doer? esqueceu-se de mim e foi parar na casa da rua amarga de número quarenta e três? diz que volta e que me aguarda ensandecida de saudade. diz que sabe que de seu assunto eu já sou perita e que foi embora porque teve que ajudar alguém mais a perigo - diz que me deixou porque sabe que sei cuidar de mim. mas diz também que não agüentou tão pouco tempo e que tão pouco tempo fez a saudade te arrebatar dores lancinantes no peito e estranguladas sufocantes na garganta. diz que está voltando correndo e que está demorando um pouco porque a casa da rua amarga de número quarenta e três fica em jacarepaguá.
diz...

domingo, 8 de julho de 2007

saldo negativo

domingo à tarde. momento vazio. uma semana inteira ida e outra inteira chegando. um canto aqui se enche de lembranças. daquilo que aconteceu ontem e mais ontem. aquela idéia aquela rua aquele show aquele disco aquela conversa aquela expressão aquele jeito que dei com a mão.. foi-se tudo. ficou a lembrança e ficou a espera. porque agora vem mais. vem o exame a aula o curso o estudo a conta a compra o trabalho o lixo.. vem tudo. vem tanto ainda. e poderia ser tudo muito bom, não fosse essa sensação incômoda.
....
é chata essa sensação incômoda que insiste em me dizer que o que passou foi bom e o que vem será ruim. muito ruim.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

jacarepaguá

as três coisas que eu detesto em você:
as cotoveladas nas portas dos ônibus para garantir
um lugar sentado,
a distância prolongada pelo trânsito,
a solidão.

as três coisas que eu adoro em você:
a serra,
o silêncio,
a solidão.




segunda-feira, 2 de julho de 2007

com amor

Não importa se você é homem ou mulher
Bonito ou feio
Estúpido ou sagaz
Cafona ou sofisticado
Rico, pobre ou nem lá nem cá
Pouco importa o que você faz na vida
O que você faz da sua vida
Com quem você anda
Pelo o que você se comove.
Não importa..
Seja quem você for
Eu ODEIO você.
Eu ODEIO você
Eu odeio você.


sexta-feira, 29 de junho de 2007

parênteses

.... tão triste e tão séria aquela menina. tão triste e tão muda aquela menina que anda sozinha na rua vazia. tão triste e tão sério seu desamparo que encontra na realização de si a mais aguda solidão. tão triste e tão vazio o seu caminho. tão triste e tão doído o mundo em sua falta de sentido....

terça-feira, 26 de junho de 2007

um jogo de futebol (talvez uma final..)

Para Angelo

- MEEEENGOOOO, MEEENGOOO – grita um vizinho da janela
"parece que está rolando um jogo de futebol" - penso

- MENGO, POOORRA! – exalta-se o vizinho pela janela.
"parece que o flamengo está jogando" - eu penso

- MEENGOOOUUU! UUUUHHUUU! BUM! BUM! BUM! – berros e fogos de artifício
“deve ter sido um gol” - levanto a sobrancelha assustada com a barulheira

- ÔO OOO OO OOO OO OOO MENGÔ! – em uníssono, os vizinhos pela janela
“ainda não acabou essa merda desse jogo?” - me irrito com a agitação

- AEEEE MENGÃO! AEEE MENGÃO! – ecos de berros masculinos lá da rua
“por que tanto barulho? flamengo contra quem? será um jogo importante?” - por uma piscada de segundo aparece um menosprezado interesse

BUM! BUM! BUM! - fogos de artifício, cornetas, buzinas, um tumulto desmedido...

não tô nem aí...

segunda-feira, 25 de junho de 2007

a flor que contrariava poetas

No pátio do meu colégio tinha uma árvore que dava flores.
As flores desabrochavam no verão.
As flores cheiravam mal.

Fediam como fede o esgoto.
No verão tudo então cheirava à fossa.
E a florada entupia meu nariz.
E o calor ardia a pele.
Tudo era seco, quente e fedorento.

Eu não gostava de ir para o colégio no verão.


sábado, 23 de junho de 2007

ela não fuma mais*

certo dia se deu conta de que não gostava mais de fumar
ela fumava muito mas não fuma mais
percebeu que andava fumando muito pouco
ela é tão jovem
talvez fumasse só pelo hábito de fumar.

ela gosta dessa moda de não fumar
ela gostou da idéia de não fumar
e ela disse

hoje em dia acendem poucos isqueiros na platéia
porque pouca gente fuma
ela pensou
hoje em dia acendem poucos isqueiros na platéia
porque pouca gente fuma

e todo mundo tem celular
hoje em dia acendem celulares na platéia

ela é tão jovem
nem tanto assim
e tem saudade do tempo em que muita gente tinha isqueiro
porque acha muito estranho celulares na platéia...

*parte da letra da música Ela ela, de Caetano Veloso e Arto Lindsay

quinta-feira, 21 de junho de 2007

mudar

cada vez mais, ouvir menos
cada vez mais, falar menos
cada vez mais, ver menos
cada vez menos, sentir mais


os mutantes são demais

mas eu não gosto da metamorfose ambulante de raul seixas.
ou
antes ser um mutante do que uma metamorfose ambulante.

terça-feira, 19 de junho de 2007

eu sou uma contradição

garage, rua ceará, show do azul limão. banda de metal da década de 80. rock n roll em português. casa cheia. fico contente de ver todos cantando juntos, apesar de desconhecer tudo. intervalo. vou beber água no bar. chega um rapaz e me pede o isqueiro. dou. devolve me perguntando se é sério mesmo, se eu estou bebendo água. é, é água mesmo (por que todo mundo se espanta?). O espanto foi sincero mas ajudou a iniciar uma conversa. conversa de rua ceará é sempre a mesma. bandas, músicas, discos, shows e causos sensacionais da vida rock n roll. é bom. de repente no entanto ele me diz. “mas vem cá.... como é isso? você que gosta tanto assim de darkthrone, é apaixonada por joão gilberto??!? isso soa estranho!” e então me lança a pergunta: “qual a ligação que existe entre darkthrone e joão gilberto?”
(((cadê a pausa pra pensar?)))
na hora gaguejei qualquer coisa, mas nada respondeu.. fiquei intrigada e saí da conversa pensativa. ele saiu sem o que queria. puxa.. foi mal.

“qual é a ligação que existe entre darkthrone e joão gilberto?” a pergunta reverberou por semanas. me seguia no chuveiro, no ônibus, antes de dormir e foi parar na minha análise. é que eu suspeitava que essa resposta dizia muito de mim, talvez dissesse tudo de mim, talvez me dissesse inteira. tentei achar o elo por todas as partes e seguiam-se listas comparativas por ritmo, melodia, estilo, cor, gênero, número, grau. tudo isso porém não deu em nada, o elo parecia mesmo perdido.

rompeu-se um momento. foi então que eu descobri. é o óbvio que está na cara....
A resposta é Clara.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

fundição regressa

show do caê na fodeção progresso, ele mesmo disse. cê gosta de tudo isso? cê quer tudo isso? cê viu tudo isso? se tudo fosse como era ontem talvez. mas hoje tudo parece diferente.
show do motorhead na fundição progresso, é assim. toca orgasmatron! toca orgasmatron! ficou perdido o pedido. desde mil novecentos e noventa e seis.
show do slayer na fundição progresso, progresso? chovia muito, chovia sangue. que deixou marcado o beijo molhado. até que a morte os separe.
show do los hermanos na fundição progresso. ah, é assim? - o que você está fazendo aqui? - eu ganhei o ingresso. não tente disfarçar... este é o seu bloco do eu sozinho.

sábado, 16 de junho de 2007

eis a questão

e como se chama o couro cabeludo dos carecas?


terça-feira, 12 de junho de 2007

para ler com pressa

Acordei sem ter dormido. Espantei no meio da manhã com a voz da empregada berrando palavras desconexas. ‘Ela desceu já, foi levar o remédio para a senhora’. De susto, achei tudo muito estranho e fui ver o que era. Minha amiga tinha descido as 9 da manhã para dar um remédio a uma senhora. O tom tão banal da empregada me fez achar que eu estava sonhando diante de tamanha falta de sentido. Era melhor voltar para a cama e achar que tinha sido tudo mesmo um sonho. Voltei e não sonhei. O despertador insiste em se vingar de mim todas as manhãs. Dessa vez não foi diferente. Eu não tinha mais minutos para negociar. Espremi os olhos e pulei da cama direto para o chuveiro. As palavras passavam por mim com tanta pressa que quando me dei conta tinha fechado a torneira e expressava um olhar ansioso. Passei sabonete? Era melhor tentar de novo. Relaxa, relaxa, está tudo certo. A hora voava e meu ritmo acompanhava na contramão. Água, café, torradas, roupa, bolsa, tudo aqui? Vamos. Lá fora, um inferno. Sol, gente, carros, ai! Como o ponto de ônibus fica longe.... Segui meus passos mecanizados, peguei o ônibus e cheguei, finalmente. Para mim já seria o suficiente. Posso voltar para a casa? Lá, o texto a ser lido em voz alta para todos. Eu? (Merda!) Blá blá blá, expressão positiva e fim. Cartão de ponto batido. Segunda etapa. Resoluções burocráticas. Nome, cpf, senha, loguin, meu, seu, cadê fulano, liga para cicrano. O sistema caiu. Tenta de novo. Nome, cpf, senha, loguin, meu, seu, cadê fulano, liga para cicrano. O sistema caiu. AAAAHHHHHHHH. Ela berrou mesmo, no meio da repartição, um berro de desespero que fez rir todo mundo. Eu gargalhei. Senti uma fraqueza, lembrei que não tinha almoçado. É hora da reunião do grupo, só falta você. Já venho, só vou pegar um cafezinho. Blá, blá, blá, ihhh, preciso ir embora! Tenho um atendimento para fazer na cinelândia. Saí correndo, nem paguei o cafezinho. O ônibus me esperava no ponto, pelo menos isso. Ando mais um pouco, como o ponto de ônibus fica longe.... Sinto minha calça escorrendo pelas minhas pernas. Emagreci! O dia inteiro sem comer nada. Comprei um biscoito para comer na espera de minha paciente. Não deu, ela já estava lá. Cheguei atrasada? Meu deus, a hora voa.. Vamos. Relaxa, relaxa, está tudo certo. Na saída, a chave ainda na fechadura o ascensorista esperava por mim. Gentileza. Agora posso finalmente comer meu biscoitinho chinfrim. Caminhando e comendo e seguindo a pressão. Ah! O banco!
Até que finalmente te encontro. Pensava em desabar tudo isso sobre você, mas antes precisava te olhar, te dar um beijo e perguntar como foi o seu dia. Muito trabalho, e o seu? Posso contar? Seus ouvidos eram todos meus. Eu queria esse momento para sempre. Mas tinha a aula, tinha ainda uma conta para pagar, tinha ainda uma inscrição para fazer na Internet, tinha ainda os emails a passar. Tinha ainda que comer! Dessa vez o ônibus não me esperava no ponto, que bom, posso abraçar você mais um pouquinho....
Conta paga, inscrição feita, emails passados. Almoço-lanche-janta-ceia em frente à televisão. Ah! Agora posso fumar um cigarrinho.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

o início

Hoje finalmente inauguro meu blog. Finalmente inauguro. No fim, um começo. Foi preciso um fim para começar isso aqui. Que começa assim, sem mais, sem menos. Só para começar. Não sei no que vai dar, não sei o que pretendo, não sei se consigo, nem se sei escrever. Mas tive que dar conta dessa coisa que me coça, dessa vontade de fazer alguma coisa inspirada na liberdade. Não presto conta para nada mais. E assim eu vou e os convido. É bom ter companhias quando se sabe completamente só.