domingo, 29 de julho de 2007

o erudito e o popular

apresentei lupicínio rodrigues a conrado gonçalves.
- conrado, lupicínio. músico popular brasileiro que canta como ninguém as mais geniais canções de amor, ódio e traição, as músicas dor-de-cotovelo...
aliás, foi lupicínio quem inventou o termo. refere-se ao gesto de sentar num bar, cravar os cotovelos no balcão para apoiar a cabeça e passar lá horas bebendo e chorando o amor que se perdeu. interessante, não?
conrado ouvia, eu falava. lupicínio era da época em que se cantava sambas com muito ar nos pulmões. com letras e vocais dramáticos, operísticos. e assim íamos acompanhando algumas músicas na voz de linda batista...
eu poderia ficar por aí, mas toda vez que eu falo de música popular brasileira ou falo de caetano veloso ou falo de joão gilberto. falei de joão e da diferença que trouxe a bossa nova para a mpb com suas melodias e vozes suavezinhas. e, cantarolando ‘bim bom’ e ‘oba-la-lá’, conrado imediatamente me diz que é mais lupicínio.
eu sou mais joão.
e poderíamos ficar por aí, mas toda vez que eu falo de música eu falo de rock n roll. e de lupicínio e joão fomos para black sabbath e pink floyd na mesma comparação. joão está para lupicínio assim como... deixa-me ver.... pink floyd está para black sabbath, entende?
black sabbath é mais dramático, mais satânico e mais popular – como lupicínio.
pink floyd é mais suave, mais sublime e mais erudito – como joão.
e um também veio meio que depois do outro.
conrado então me diz que no rock n roll ele continua lupicínio.
e eu, como não sigo mais em linha reta, se sou pink floyd na mpb, também fico com lupicínio no rock n roll.

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